sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O grande outro!

- Isso faz de mim seu dono! E a partir de agora quem decide isto sou eu. Nesse exato momento, Catarina se arrependeu de ter dado tanta informação de si mesma numa única frase e decidiu de ali em diante nunca mais dizer a verdade a alguém. Deu um grande salto num impulso de pseudo consciência, mas o menino foi mais rápido e a agarrou com muita facilidade dizendo: Você demorou muito a chegar Catarina, e essa é quem você é! Daqui há pouco eu te digo quem eu sou, mas por enquanto você fica quietinha nesse vidrinho, é um pouco desconfortável, mas vou abrir a tampa de vez em quando pra você respirar! O pequeno inseto se debateu um pouco pra entrar na garrafa, mas não tinha a menor chance. - Não seja marrenta. Você não muda nunca, deve estar morrendo de curiosidade, eu já lhe explico, não queremos fazer barulho pelo caminho, tem muita gente por aqui que gostaria de ter lhe achado! O menino adentrou pela mata escura, era fim de tarde e já estava muito escuro, depois de andar durante uns 36 minutos o menino entra na sala de uma casa muito bem iluminada para estar no meio da floresta. Todas as portas e janelas estavam vedadas e por isso mesmo ao fechar a porta da frente, o menino deixou a garrafa destampada em cima da mesa, mas Catarina preferiu ficar quieta e calada no fundo da garrafa. O menino se dirigiu a um dos quartos e bateu na porta, dizendo: - Professor, sou eu o Ice. Abra a porta, finalmente eu a encontrei. De lá saiu uma figura engraçada, muito grande e forte, cabelos longos e e uma densa barba negra ajeitando os óculos no nariz e dizendo com uma voz gutural: - Muito bom, Ice. Onde ela estava? - Na beira do lago, ela solta um chiado de sanfona quando fala! O Senhor disse que eu poderia escolher seu nome se a encontrasse, eu lhe dei Catarina. - Nome bonito, Ice. Por que o escolheu? - Não sei, acho bonito! - Pois bem, vamos vê-la! O Professor pegou a garrafa e balançando, pôs Catarina na palma de sua mão, colocando-a na altura dos olhos. - Você deve estar assustada! Não se preocupe. Catarina não estava assustada, ainda estava aborrecida consigo mesma, por não ter conseguido fugir do garoto. Num impulso, ela que tinha prometido a si mesma ficar calada ou mentir, perguntou ao Professor: - Quem é você? -Eu sou o Heisen, sou irmão daquele mago maluco que criou você. Ele se chama Zion e é a pessoa mais irresponsável que eu conheço. Felizmente tem uma memória muito boa e consegue se lembra de quantos feitiços faz por dia, acho que ele anota. Ele também criou o Ice o menino que te achou, e depois de você, criou mais três criaturas que precisamos encontrar. Você precisa me ajudar. Observando o menino sentado ao seu lado, Catarina reparou que ele era exatamente igual ao Professor, mas ela era um bicho minúsculo com um exoesqueleto marrom esverdeado. - Se esse tal de Zion, também criou o garoto, por que ele não é igual a mim? - Por que ele já foi transformado - respondeu o Professor - ele era um pássaro que soltava solos de guitarra, provavelmente se ele te encontrasse enquanto ainda era pássaro teria almoçado você e não capturado na garrafa. - Você também vai me transformar? Mas eu não quero, não quero ser igual a vocês. - Ó criaturinha, você não pode decidir isso. Mas não se preocupe, você vai ser uma linda menininha!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Capítulo I - Descobrindo o mundo!

Catarina caiu no mundo sabendo de muitas coisas, mas não tinha ideia de onde estava, primeiro ela andou por umas duas horas em mata fechada até que achou um pequeno riacho e resolveu fazer seu percurso seguindo o curso da água até encontrar um pequeno vilarejo, ali deveria haver algum lugar pra pousar ou alguém para conversar! Ela rodeou o vilarejo por dois dias seguidos, ainda não tinha noção do que era tempo, tudo que sabia fazer era observar, no tempo em que nem era Catarina ainda. De repente, escuta uma voz vindo do alto à esquerda : - Ei, você! Ao virar a cabeça e espantar-se por entender o ruído, Catarina percebeu que tinha pensamentos, não sabia de onde vinha, nem para onde ia, mas sabia que gostava de pular bem alto, e agora, diante da indagação de um estranho, ela percebia que podia sim se comunicar bem,e há muito vinha procurando alguém com quem pudesse fazer isso! Catarina observou seu interlocutor, era um menino franzino de uns dezesseis anos com uma franja preta caindo sobre a testa. O menino falou novamente: - Quem é você? Após pensar um pouco, Catarina respondeu e por trás da sua voz, havia um chiado de sanfona muito belo: - Na verdade - e após uma breve pausa analisando a música que saía pela sua boca ela continuou. - Eu não sei quem eu sou, espero que você possa me contar.