
Era a moeda do meu reino, reino o qual eu ainda sou príncipe, um reino desconhecidamente vasto, um lugar que poucas visitaram, um lugar a ser explorado, mas isso fica para outra conversa.
O importante é que depois de tanta gente passar por ela na rua, o tempo e o vento foram levando sua poeira, e dependendo do ponto de vista isto pode ser considerado até como ruim. Um dia acharam-na, pegaram, e ao ver seu valor não soltaram mais, me invadiram, me povoaram, me construíram, e eu? Ora, era tudo o que eu queria, sem ver nem imaginar o que acontecia, vendo do dentro era perfeito, eu finalmente dividia, finalmente concordou-se que era tudo aquilo que eu pensava ser, e assim, ingenuamente eu não pensei mais em nada, apenas em permanecer assim, em solidificar aquilo, em eternizar.
Mas não era isso o que devia acontecer, e então de repente, me devolveram, foram embora, e meu mundo escureceu, vi que o meu castelo era de areia, que eu estava construindo feito criança, sem saber que existem ondas na praia, e olhar de criança apesar de belo, não é sempre doce, uma criança chora, mas aprende, e isso é o que a criança mais precisa fazer.
Minha pobre moeda, agora precisava de mim e eu dela, agora a maior prioridade era nosso reencontro, e eu vi o quanto tinha sido tolo, mas para aquele tempo eu entendi e me perdoei, guardei-a pra mim, escondi de todos, e passei cada vez mais a ser dela, e encontrei a resposta parcial do que buscava, de que ela é minha, e não devia estar na rua, eu que devo cuidar dela, e cuidar muito bem.
Por isso eu guardei minha moeda num cubo mágico, que eu levo comigo pra todo lugar, as deixo olharem, as deixo até tentar soluciona-lo, e ainda faço pior, nas faces deste cubo estou desenhando figuras, para distraí-las, para me proteger das que não tiverem a sensibilidade de que a moeda está lá dentro, e que é mais importante do que a figura, por mais que a figura do cubo as interesse, pode até demorar pra conseguirem me decifrar, mas nesse tempo eu estarei com minha moeda, e depois, terei outra tão valiosa quanto ela.
Por Vini
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